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Carta do Gestor - Novembro de 2023

Foto do escritor: André GordonAndré Gordon

Prezados cotistas,


No mês de novembro, o S&P 500 subiu 8,9% e o Nasdaq 10,7%. O Ibovespa teve seu melhor desempenho em 3 anos, com alta de 12,5%. Nossos fundos GTI DIMONA, GTI HAIFA e GTI NIMROD tiveram altas de 11,9%, 11,8% e 11,4%, respectivamente. O dólar teve depreciação de 2,9% em relação a cesta de moedas de 2,4% em relação ao Real.


Novembro foi um mês bastante positivo, principalmente pela dissipação dos riscos de uma nova elevação na taxa básica de juros norte-americana. O deflator do PIB, indicador que o FED olha com maior cuidado, apresentou variação anual de 3%, ligeiramente abaixo das expectativas, assim como o CPI. O PIB Americano do terceiro trimestre também veio um pouco acima das expectativas, em 5,2% na taxa anualizada, ante o 5% esperado. A rentabilidade dos títulos de 10 anos do Tesouro Americano recuou fortemente, para 4,3% ao ano, o que elevou consideravelmente o apetite por ativos de maior risco.


Já no campo doméstico, a inflação segue com comportamento benigno, apesar da falta de comprometimento do governo com um ajuste fiscal mais crível. Certamente ações fiscais na direção desejada facilitariam muito o trabalho do BCB. Ainda assim, no início do mês, o BCB reduziu a taxa básica em 0,5%, para 12,25%, em linha com as expectativas de mercado. A desaceleração na atividade contribuiu para que a velocidade fosse mantida, levando-se em conta a ponderação entre os fatores de risco. A relação entre Dívida Líquida e PIB segue aumentando, para a faixa de 60% e teremos poucos dias para que o Congresso Nacional aprove a Reforma Tributária, antes de seu recesso em meados de dezembro.


A curva doméstica de juros teve forte recuo, em torno de 0,50%, trazendo as taxas longas para abaixo de 11% ao ano, ainda que de forma ascendente a partir 2026. O cenário internacional também foi de maior calmaria, com os principais conflitos não apresentando as escaladas que poderiam contribuir para trazer incerteza relevante aos mercados.


Israel e Hamas tiveram, inclusive, 6 dias de trégua, onde reféns israelenses foram trocados por palestinos presos por prática de terrorismo, mas sem “sangue nas mãos”, termo utilizado para ataques onde não houve mortos. O petróleo caiu 6% no mês, levando o principal índice de commodities – CRB a uma queda próxima de 2% no mês, apesar da elevação no preço do minério de ferro, em mais de 6%.


As empresas voltadas à atividade doméstica apresentaram forte desempenho, principalmente pela redução de aversão ao risco, já que os dados de atividade decepcionaram. As ações do Banco Itaú foram as principais contribuintes para nosso resultado, com alta de 17,9%, mas não podemos deixar de destacar o ótimo desempenho, de 33,5% das ações das Lojas Renner e de 22,5% nas ações da Simpar.


As ações de empresas de Properties e Utilities também tiveram bom desempenho, mas aquém do IBOVESPA, exceto pela Sanepar, com alta de 20,6% refletindo bons resultados do terceiro trimestre e evolução do processo de adequação da empresa ao Novo Marco Legal do Setor, seja pela definição das URAES com a renovação de várias concessões municipais por prazos superiores a 30 anos, seja pelas PPIs anunciadas com parceiros privados para ampliar o serviço de saneamento em algumas regiões do Estado.


Das empresas listadas, a Sanepar hoje mesmo não estando num processo de privatização como a Sabesp, ou mesmo da Copasa em Minas Gerais, é a empresa que aparenta estar mais avançada no caminho para o futuro do Setor, que certamente envolverá um maior nível de competitividade. Já os piores desempenhos foram Tupy e Blau Farmacêutica, com alta de preços entre 3% e 5%, muito abaixo do IBOVESPA.


O ano de 2023 caminha para seu desfecho, com bastante volatilidade, apesar de cadente. Não podemos dizer que fomos surpreendidos pelas ações do Poder Executivo, principalmente àquelas de cunho fiscal expansionista nos gastos e contracionista no que tange a avidez pela arrecadação de novos tributos, combinação essa que acreditamos ser bem negativa.


Por outro lado, o Congresso Nacional tem tornado a vida do Ministro Haddad e do Presidente Lula menos fácil do que noutros tempos seria. Podemos dizer, entretanto, que apesar do Poder Legislativo ser hoje o único poder da República que parece não trabalhar contra o Brasil, esperávamos que seu desempenho fosse ainda mais opositor.

Talvez desestimulado pelas recorrentes interferências do Poder Judiciário, o Congresso Nacional se mostrou acanhado em algumas oportunidades, principalmente quando houve o desrespeito à Lei das Estatais, no caso concreto da Petrobras, assim como no abandono do nosso arcabouço fiscal e sua substituição por uma peça de pouca credibilidade, mais parecida com uma “cartinha de boas intenções” e que já foi colocado em xeque.


Ainda é muito cedo para se especular quanto ao futuro político no Brasil e o projeto de economia que deverá prevalecer, com menor ou maior grau de interferência do Estado na atividade, neste “embate” entre os Poderes Executivo e Legislativo. A vitória do opositor Javier Milei na Argentina, derrotando o Kirshnerismo e, futuramente em 2024, uma eventual vitória dos Republicanos nos EUA tendem a ter grande influência por aqui.


A volta de perspectivas de mais longo prazo poderia ter efeito bastante relevante nos preços dos ativos brasileiros, principalmente neste cenário de queda nas taxas de juros. As boas empresas já estão ajustadas ao atual nível de risco tendem a ter bom desempenho diante de sinais positivos e em cenários mais desafiadores devem ganhar mercado.



Alocação setorial - GTI Dimona Brasil FIA

Atenciosamente


André Gordon








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