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Carta do Gestor - Fevereiro de 2024.

Prezados cotistas,


O mês de fevereiro teve uma modesta recuperação do mercado acionário brasileiro, mesmo diante das fortes altas nas principais bolsas do mundo. O S&P 500 subiu 5,2% e o Nasdaq 5,3%%, ambos batendo novos recordes. O Ibovespa, mais tímido, subiu 0,99%. Nossos fundos GTI DIMONA, GTI HAIFA e GTI NIMROD tiveram altas de 2,64%, 2,56% e 1,64%, respectivamente. O dólar teve apreciação de 0,8% em relação a cesta de moeda e 0,3% em relação ao Real.


A dinâmica do mês foi bem parecida com a de janeiro. Indicadores econômicos seguiram mostrando um núcleo resiliente na inflação norte-americana, ainda que, majoritariamente, em linha com as expectativas e um mercado de trabalho forte, com a atividade ainda mais resiliente. Os membros do FED fizeram pronunciamentos um pouco mais positivos, na média, buscando direcionar as expectativas para o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, provavelmente, a partir da reunião de junho. Os excelentes resultados das empresas do setor de tecnologia, em especial da NVDIA, cuja receita no 4Q23 mais do que triplicou em relação ao ano anterior, impulsionaram o desempenho das ações da empresa, que subiram 30% no mês, levando o seu valor de mercado para incríveis USD 2 trilhões.


No Brasil, a grande preocupação segue vinda do campo fiscal, já que os estimadores de inflação assim como suas estimativas para os próximos dois anos, continuam comportados. Os números relativos à atividade mostraram pouco vigor, alimentando a certeza da continuidade no ciclo de cortes na Taxa Selic. A parte mais curta da curva de juros passou a precificar, ao menos, mais 4 cortes de 0,5% na taxa básica, porém, vimos a parte longa da curva subir em torno de 0,25%, movida pelas incertezas vindas do campo fiscal, apesar da melhora na arrecadação em janeiro. O aumento no emprego, tanto formal quanto informal também deve ser monitorado de perto, podendo levar a pressões salariais ao longo do ano.

 

O principal índice de commodities, o CRB, subiu 0,36% no mês. A elevação de 3,7% no preço do Petróleo foi responsável pelo movimento. Alumínio caiu 4% e o minério de ferro caiu, novamente, quase 8%, levando as ações da Vale a mais um mês de queda, apesar dos bons resultados apresentados no quarto trimestre de 2023.


O principal destaque do mês em nosso portfólio foram as ações do Banco Itaú, nossa segunda maior posição. O banco teve um crescimento de 4% no resultado gerencial recorrente em relação ao terceiro trimestre do ano, apresentando um ROE consolidado de 21,2%, sendo de 22,2% na operação no Brasil. A carteira de crédito se expandiu quase 6%, com destaque para o segmento de grandes empresas e imobiliário para pessoas físicas. Apesar da queda na receita com serviços de conta corrente, a receita com serviços cresceu no ano 3,6%, com destaque para emissão de cartões de crédito e débito e adquirencia.


O Banco anunciou o pagamento adicional de R$ 11 bi em dividendos, totalizando R$ 21,5 bi no ano, com payout de 60%. Investimos em Itaú, continuamente, desde 2011. Neste período, as ações da empresa tiveram alguns momentos difíceis como durante a crise nos emergentes europeus de 2011, que muitos temiam que se alastraria para o Brasil, os diversos eventos de crédito oriundos das empresas que entraram em RJ durante a Operação Lava-Jato, a RJ daquela que já foi a maior empresa de telecomunicações do país, a Oi, as fraudes contábeis nas Lojas Americanas, a crise argentina, onde o Banco tinha importante operação, além do crescimento acelerado das Fintechs, muito menos reguladas, e ameaçando as principais linhas de negócios dos principais Bancos Brasileiros.


 Estamos dando este destaque para o Itaú, para mostrar a importância de uma boa gestão numa empresa, principalmente em ambientes desafiadores tanto do ponto de vista macroeconômico, mas, principalmente, no campo microeconômico, com as mudanças regulatórias e concorrência crescente. O Itaú teve diversos eventos que reforçam a nossa confiança nele, como um Banco que está sempre se “reinventando”, mas sem deixar de fazer o “feijão com arroz” bem-feito.


Um destes foi a compra de participação na então maior fintech brasileira, a XP, e sua posterior venda após restrições colocadas pelo Banco Central. Mais recentemente, o Banco adquiriu participação na Avenue, visando viabilizar operações de Investidores Brasileiros no mercado Norte-Americano. Coroando essa volta as suas melhores margens, o Banco atingiu seu maior valor de mercado, de R$ 320 bilhões, mas, diante do crescimento em suas principais linhas de negócio e do bom controle de despesas, os resultados cresceram e as estimativas são positivas para os próximos anos. Estimamos que as ações ordinárias do Itaú ainda estejam sendo negociadas a Preço/Lucro 7,5x para 2024 e de Preço/Lucro 7x para 2025.


Também gostaríamos de destacar o desempenho de 14,7% nas ações da Brisanet, principal provedora de fibra óptica no Nordeste. A empresa tem tido sucesso na conquista de novos clientes, inclusive na sua nova operação de 5G, cujo sucesso se mostrou fator de risco para muitos investidores e que levou ao forte sell-off após a compra da concessão (de 5G) pela empresa.


Do lado negativo, destacamos a queda de 6,3% nas ações da farmacêutica Pague Menos, diante de uma nova oferta de ações, mas seguimos otimistas com a empresa, com a recente contratação de um novo CEO com anos de experiência na Indústria Farmacêutica e que deverá contribuir para a continua profissionalização na gestão da empresa, que ainda era bastante “familiar”.



Alocação setorial - GTI Dimona Brasil FIA

 

Atenciosamente,

André Gordon.

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