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Os fundos de ações que melhor surfaram o rali da Bolsa, segundo a Infomoney

Shutterstock/Infomoney


SÃO PAULO - O rompimento da barreira dos 100 mil pontos pelo Ibovespa, movimento que levou o índice a estabelecer um novo e simbólico recorde histórico, também consolida o excelente desempenho de determinados fundos de ações.


Desde o início de 2016, quando estava na casa dos 43 mil pontos, até o momento, o principal índice da Bolsa brasileira acumula alta aproximada de 130%. Se considerarmos a mínima do Ibovespa naquele ano, na casa dos 37 mil pontos, a valorização chega a quase 170%.


Há, contudo, alguns fundos de ações que conseguiram ter desempenhos ainda mais expressivos desde o começo do atual rali da Bolsa.


Os fundos de ações dedicam ao menos 67% do patrimônio a ações ou ativos relacionados, como bônus ou recibos de subscrição, cotas de ETFs e recibos de ações de empresas estrangeiras negociados no mercado nacional (BDRs, na sigla em inglês).


Levantamento da provedora de informações financeiras Economatica a pedido do InfoMoney revela que os fundos Alaska Black FIC FIA Bdr Nivel I, Gti Dimona Brasil FIA e Moat Capital FIC FIA apresentaram os maiores ganhos em pouco mais de três anos, com altas de 478%, 366% e 259%, cada.


O estudo revelou que 30 fundos de ações com mais de mil cotistas e excluídos fundos exclusivos, setoriais e “Mono Ação” tiveram desempenho igual ou acima dos 130% do Ibovespa no período.


Confira a seguir a lista com os 20 melhores fundos, com retornos medidos desde o início de 2016 até o dia 13 de março deste ano:

Fonte: Economatica

Otimismo no horizonte


André Gordon, sócio responsável pela gestão da GTI, atribui a alta do fundo GTI Dimona a acertos vinculados a eventos políticos, que beneficiaram uma carteira de beta elevado e, em outro momento, empresas com geração de caixa mais madura, e também à expectativa de retomada da economia, com uma posição antecipada à queda dos juros.


"Vemos o Brasil com um hiato do produto muito alto, inflação já comportada, juro de equilíbrio e até com viés de corte, caso a reforma da Previdência seja provada", afirma Gordon.


No portfólio do fundo, destaque para empresas predominantemente voltadas para a retomada da atividade doméstica, com baixa exposição a exportadores de commodities.


"Temos empresas ainda muito baratas, de boa qualidade, bem equacionadas em termos de estrutura de capital e que passaram na crise por ajustes, combinadas com companhias mais arriscadas."


Itaúsa é a principal posição da gestora no fundo atualmente, seguida por Guararapes, Sabesp e Copel.


Para o sócio da GTI, o investidor estrangeiro não está tão otimista com o Brasil por conta de números ainda fracos de retomada, com uma mudança condicionada à melhora das expectativas, especialmente com o gatilho da reforma da Previdência.


"Aguardamos ansiosamente por essa reforma e, se acertarmos esse cenário, ele vai se refletir no preço dos ativos. Temos conforto para investir", garante Gordon.


Pedro Chermont, sócio fundador da Leblon Equities e co-gestor dos fundos da casa, também se mostra otimista com o mercado e colheu frutos de uma estratégia de alocação em ações de estatais como Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, aliada ao desempenho de papéis como Suzano, Springs Global e PetroRio.


"Nosso otimismo é baseado no fato de estarmos no início de uma recuperação econômica após a pior recessão da história", pontua Chermont.


Em sua avaliação, a medida em que a atividade econômica voltar à normalidade, os lucros deverão retomar patamares superiores aos de 2010.


Um estudo feito pela Leblon com 100 empresas, excluídas as de commodities e bancos, mostrou que a somatória de seus lucros em 2018 precisaria crescer 73% apenas para voltar ao patamar das mesmas companhias em 2010, corrigido pela inflação.


"O resultado dá a magnitude do potencial de crescimento. Há espaço para um crescimento de lucros muito grande e o múltiplo da Bolsa ainda não é elevado", ressalta Chermont.


Bolsa no retrovisor


Depois de três anos (2013, 2014 e 2015) de queda, quando passou dos 61 mil para os 43.350 pontos, o Ibovespa mais do que dobrou entre 2016 e 2018, ano em que encerrou próximo aos 88 mil pontos. Em 2019, o índice já acumula valorização de 13,8%.


Ao longo dos últimos anos, o entusiasmo de investidores com mercado acionário encontrou respaldo em uma série de notícias políticas e econômicas.


A perspectiva de melhora do País após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e o entusiasmo com reformas e uma agenda liberal com a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, compõem uma parte do noticiário político. As reformas da Previdência e tributária, assim como as privatizações prometidas, têm mantido o bom humor do mercado financeiro com o novo governo.


Do lado econômico, a forte queda dos juros básicos brasileiros, que, desde outubro de 2016, passaram de 14,25% para os atuais 6,5% ao ano, deu respaldo para o crescente interesse dos investidores pela renda variável.


Paralelamente, o crescimento dos lucros corporativos, diante dos ajustes feitos em meio à crise econômica, a valorização das commodities e um cenário de maior liquidez no mundo por conta da política de juros baixos nas economias desenvolvidas contribuíram para a toada positiva da Bolsa brasileira.


Fonte: Infomoney

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