Prezados cotistas,
O IBOVESPA teve alta de 1,48% em Junho. O S&P 500 subiu 3,4% e o Nasdaq 6,2%, ambos renovando recordes. Nossos fundos GTI DIMONA, GTI HAIFA e GTI NIMROD tiveram altas de 1,59%, 1,74% e 1,93%, respectivamente, superando o Ibovespa. O dólar se apreciou 1,1% em relação a cesta de moedas, mas 6,5% em relação ao Real.
Nos EUA, o núcleo da inflação começa a dar sinais de perda de força, de forma que o mercado voltou a antecipar para Novembro o início do ciclo de cortes na taxa básica, com o segundo corte agora esperado para as reuniões entre Dezembro e Janeiro. O principal índice de commodities, o CRB teve queda de 1,2%, apesar da alta de 4% do petróleo, que voltou a superar a barreira dos USD 80. Minério de ferro caiu 7,5% e o alumínio 4%.
Nesse ambiente externo relativamente benigno, o BCB não surpreendeu o mercado e interrompeu o ciclo de cortes na Taxa Selic, mantenho-a em 10,5% ao ano. A decisão foi unânime, o que deixou o presidente Lula resmungando sozinho, ao tentar culpar o Presidente da Instituição, Roberto Campos Neto, pela austeridade monetária. As ameaças e bravatas de Lula contra a independência do BCB, certamente, ajudam a explicar a piora recente na percepção geral de que a indicação do próximo Presidente poderia ser condicionada a uma espécie de “obediência” do Presidente do BCB ao Presidente da República.
Diferente de boa parte da “Faria Lima”, em nenhum momento esperamos do atual Presidente qualquer pragmatismo ou mesmo capacidade técnica e vontade política para preservar quaisquer ferramentas que compunham nossos Arcabouços Fiscal e Monetário. Todas as ações de Lula vieram em linha com o que esperávamos e, sejamos justos, com o que ele prometera ao longo de toda a campanha eleitoral. Com relação a indicação do novo Presidente do BCB, Lula deixaria suas preferências de lado, ciente das dificuldades que o nome mais heterodoxo enfrentaria na sabatina do Senado.
O Senado Federal tem maior sensibilidade aos impactos que decisões como esta podem ter sobre a economia e aos mais diferentes setores da indústria e do comércio. O nome do atual Diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, tende a ser o indicado. Além da manutenção da taxa básica, o CMN preservou a meta de inflação em 3% e, a partir de 2025, essa meta passará a ser contínua, sendo essa alteração uma modernização do atual sistema.
Neste mês o principal destaque foi a recuperação de preços da Ambipar, que subiu 59,8% refletindo a melhora de comunicação da Empresa com o Mercado, deixando claro que estão cientes da necessidade de reduzir o endividamento, principalmente segurando o ímpeto para novas aquisições. Outro destaque foi a alta de 17% da Suzano após ela comunicar que encerrou, sem sucesso, o processo de negociação para a aquisição do controle da IP, mostrando disciplina de capital. O Mercado estava preocupado com o risco de elevar muito o endividamento da Empresa, pagando pela IP um prêmio muito elevado.
Já entre os principais detratores do mês, destacamos a Simpar, que caiu 11,6%. O tema de endividamento voltou a ser a preocupação da vez em nosso Mercado. Suzano e Ambipar ganharam votos de confiança, enquanto a Simpar ainda precisa mostrar ações concretas, deixando claro ao Mercado que está sensível a nova perspectiva de juros mais altos e eventualmente por um horizonte mais longo.
Na nossa visão, essa melhora de percepção poderia ocorrer a partir de ajustes, por exemplo, no tamanho da frota da Movida, privilegiando yield em detrimento de crescimento. As ações da Camil também tiveram forte queda, de 13,8%, provavelmente diante de vendas por parte de Fundos que haviam entendido, equivocadamente, que a empresa se beneficiaria de forma excepcional com a elevação nos preços do arroz em virtude das enchentes no RS.
Não poderíamos deixar de mencionar que, conforme link abaixo, nosso fundo GTI Dimona apareceu, dentre uma amostra de mais de 6.000 fundos, entre o 1% que apresenta retornos mais consistentes em períodos de 5 anos.
Isso nos deixa bastante satisfeitos, pois é essa a principal mensagem que sempre tentamos transmitir aos nossos investidores. De que o retorno que buscamos é para longo prazo, quando os bons fundamentos das empresas nas quais investimos possa ser traduzido, de forma contundente, sem os ruídos que nossa conjuntura sempre apresenta, para os preços.
Alocação setorial - GTI Dimona Brasil FIA
Atenciosamente,
André Gordon.
Comments